Joyce - Gala Tanta lyrics
rate meEu com vestido verde hortelã<br />
perdida em seus olhos de xamã<br />
de deslumbrante cor de avelã<br />
pra me aquecerem, feito astracã<br />
mas pra que me cobrir de lã<br />
se cá não ardo em febre terçã?<br />
me seduzindo assim como um fã<br />
com fala mansa, cantada chã<br />
<br />
pra um passeio no seu Sedan<br />
e ver um filme de Jean Gabin<br />
me convidou para um coq-au-vin<br />
que encomendou lá no Bec Fin<br />
<br />
ir a Paris pra dançar can-can<br />
já perfumada com L’Air du Temps<br />
ganhar diamantes de Amsterdam<br />
propõe me dar o Maracanã<br />
ou mesmo uma tela de Rembrandt<br />
quem sabe, O Pensador de Rodin?<br />
depois, me deita no seu divã<br />
_ e se deixarmos para amanhã?<br />
<br />
sempre fui uma<br />
cidad<br />
sem grandes dotes pra cortesã<br />
gomalinado, lentes rayban,<br />
quer me arrastar para Itapoã<br />
<br />
para armarmos algum pandã<br />
me olha, qual um Arséne Lupin<br />
quer que eu desfile na campeã<br />
com buginganga, balangandã<br />
só de tanga, feito cunhã<br />
de braço dado com Paiacã<br />
num carnaval que é made in Taiwan<br />
lá tenho cara de foliã?<br />
<br />
é ele, a serpente da maçã<br />
numa maluca dança pagã<br />
não vou fazer parte desse clã<br />
prefiro a vida de ermitã<br />
<br />
me rebaixou pra mulher meã<br />
diz que no amor, sou como marchand<br />
meu coração é de marzipan<br />
só falta mesmo gritar Shazam<br />
diz que o meu tempo é o de Lacan<br />
pareço governanta alemã<br />
sou um ET de Aldebarã<br />
saio da história como vilã<br />
<br />
sigo meu rumo, não perco o élan<br />
dou um sorriso de pôr no écran<br />
já pego logo o meu talismã<br />
pra proteger o meu Atmã<br />
<br />
e com a benção de Iansã<br />
prossigo firme no meu afã<br />
de não tirar o meu sutiã<br />
e o meu vestido verde hortelã.<br />
<br />
(até amanhã, galã tantã...)