No rancho fundo
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Bem pra la do fim do mundo Onde a dor e a saudade Contam coisas da cidade... No rancho fundo De olhar triste e profundo Um moreno canta as maguas Tendo os olhos rasos d'agua... Pobre moreno Que de noite no sereno Espera a lua no terreiro Tendo um cigarro Por companheiro... Sem um aceno Ele pega na viola E a lua por esmola Vem pro quintal Desse moreno... No rancho fundo Bem pra la do fim do mundo Nunca mais houve alegria Nem de noite, nem de dia... Os arvoredos Ja não contam Mais segredos E a ultima palmeira Ja morreu na cordilheira... Os passarinhos Internaram-se nos ninhos De tão triste esta tristeza Enche de trevas a natureza... Tudo por que So por causa do moreno Que era grande, hoje e pequeno Pra uma casa de sapê... Se Deus soubesse Da tristeza la serra Mandaria la pra cima Todo o amor que ha na terra... Porque o moreno Vive louco de saudade So por causa do veneno Das mulheres da cidade... Ele que era O cantor da primavera E que fez do rancho fundo O ceu melhor Que tem no mundo... Se uma flor desabrocha E o sol queima A montanha vai gelando Lembra o cheiro Da morena...
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